« Duma vez fui ao mato mais a comadre Marciala com uma podoa muito boa que o meu pai que Deus tem trouxe do Brasil, igual a uma que trouxe para ela também - duas valentes podoas! - e nisto ópois esqueceu-me a podoa no pinhal!
Tinha muita estimação nas podoas...
Lembrou-me o responso!
Rezei, rezei, rezei o responso! Ópois havia aqui um caminho, este não havia ainda nada, tinha ali uns alhos à beira do caminho. Uma ocasião vou a passar, lá estava a podoa!
A pessoa que acha ou rouba, bem a gente rezando o responso, já não tem parança! Lá se lembrou que havia de vir aqui regar os alhos e que eu a via, deixou-a e abalou.
Fui dizer à comadre Marciala e ela até dava beijos à podoa!
Eu, foi como Deus que me tivesse aparecido!»
(Irene Bisgata, 87 anos; hoje, Eiras de Sabaio)
Wednesday, April 15, 2009
Ouvindo conversas, lendo fragmentos, observando sinais
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2 comments:
Não há quem passe a perna à comadre Irene. Mas uma coisa é certa, se o objecto alvo do responso passa uma linha de água, não existe reza que o traga de volta.
Pois... já vi que estás a ver quem é.
Essa da linha de água é que não sabia.
Xau
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