Muito tem dado que falar a recente crise financeira e económica. Nessas doutas discussões, que são bastas vezes um falatório cheio de floreados sem alicerce firme onde assente o entendimento do povo, tem-se esquecido outro género de crise: a crise de valores. Só quem não quer é que não vê a podridão espiritual que tomou conta das mentalidades, na nossa sociedade, e a falta de alguns esteios morais importantíssimos que a sustentavam. É aqui, neste ponto que tantos procuram ignorar, que está a razão principal da situação que vivemos.
O paganismo impera, apesar dos muitos avisos. Os jovens procuram dinheiro, não trabalho. O vício é louvado, a seriedade nem sabem o que é. Preocupam-se com a fama e não com o bom-nome. O que importa é a diversão e o prazer do corpo, não ter mente e corpo sãos e puros, e o pior é que somos nós, todos nós, que plantamos esses falsos valores no seu coração. A inclinação para o paganismo é muito antiga, e traz sempre maus resultados. Até os trajes com que aparece não são muito diferentes através dos tempos: adoração de falsos deuses, devassidão revestida de muitas formas, como música e danças intoxicantes, o endeusamento do vil metal, etc.
Precisamos de nos libertar desta escravidão que é a ganância. Já pusemos de parte muitas ideologias malignas e de raiz pagã e ateia, como o nazismo e o comunismo. Quando o homem deixar de ter a alma presa ao materialismo, que tem sido rei e senhor neste mundo e é outra forma de paganismo, e se elevar nos valores da compaixão, da solidariedade e da paz, não faltarão soluções para acabar com esta crise.
Concertinas das Carvalhas na Televisão
Decorreu no dia 14 de Dezembro um encontro de tocadores de concertina, que atraiu à pequena aldeia das Carvalhas, freguesia de Romaride, cerca de 50 tocadores, entre os quais se encontravam alguns vindos do estrangeiro. As actuações decorreram tanto no palco montado para o efeito como pelas ruas e recantos da povoação.
A festa decorreu com grande animação desde manhã até à noite, havendo oportunidade de conviver e saborear petiscos regionais, postos à disposição de todos pelos organizadores. O Grupo de Concertinas da Barrenta participou também num programa televisivo da manhã, em directo, na sexta-feira anterior, a convite do canal da TVI.
Estão de parabéns as Carvalhas e toda a região pela realização de mais um evento de grande importância e projecção para a nossa cultura.
(Publicado na edição de 19 de Dezembro de 2008 do Jornal do Vale Interior)
4 comments:
concordo com quase tudo excepto com "paganismo"
fonte priberam definição de paganismo
do Lat. paganu, pagão
s. m.,
designação dada pelos cristãos à antiga religião politeísta dos Gregos e dos Romanos;
religião dos pagãos;
os pagãos;
politeísmo;
idolatria.
se não estou enganada os indianos, por exemplo, são politeístas, logo pagãos, será que eles não têm moral?
Não concordo nada com esse conceito de crise de valores. Aliás, até defendo o contrário. Acho que a abertura da sociedade actual e o rompimento de dogmas é que nos vão ajudar a sair desta crise: o direito de todos à educação, a consciência de que temos que lutar contra interesses instalados e corruptos que travam o nosso desenvolvimento, a multiplicação de meios de nos comunicarmos e de expormos aquilo que pensamos... Acho que tudo isso nos vai ajudar a sair da crise, a sermos mais tolerantes, a sermos mais ecuménicos e a aceitar que, hoje em dia, a Igreja já não pode ter a responsabilidade de ser o pilar moral da sociedade como o tem sido. Tendo em conta a realidade, a moralidade tem que ser intrínseca, tem que vir de dentro, temos que praticar o bem não (ou não só) porque tememos Deus, mas porque sentimos, por dentro, que só assim faz sentido. A religião, por muito que faça, nunca pode ter o exclusivo desta responsabilidade, só quando as pessoas praticarem o bem só porque sim, é que a nossa sociedade vai ser uma sociedade moral. Só assim vamos sair da crise.
O que o 'sr. Cabaça' (peço que não levem mal de se tratar de uma espécie de 'personagem') defende corresponde, mais coisa menos coisa, à percepção que muito boa gente tem da sociedade, dos seus problemas e crises (digo eu).
Pessoalmente pouco ou nada me identifico com os seus pontos de vista, mas gosto de tentar perceber, e, de certa forma, de 'assistir' à exposição de ideias que têm uma lógica muito determinada por preconceitos e conveniências, ou em que isso se nota mais. Pode haver nisto alguma malícia, mas há também um gosto genuíno em conviver com todo o tipo de ideias. No fundo, acredito mesmo que todas devem ser respeitadas.
Já agora, Donnoloa, o paganismo tanto significa o que dizes como uma tendência para o adoração de certas 'forças' mundanas, materialistas, e para a satisfação dos instintos (no fundo os deuses - do amor, da guerra, do vinho, de várias 'forças da natureza', etc. - já são isso), como a acumulação e o endeusamento da riqueza, procura do prazer... penso que é mais ou menos isto.
Woody, concordo plenamente, explicas muito bem uma data de pontos. Se leres isto talvez não concordes com o que vou dizer, ou talvez não aches piada 'à brincadeira' (e às vezes penso que não é sério inventar opiniões que depois alguém comenta de boa fé - mais uma vez peço desculpa), mas no fundo o texto do sr. Cabaça queria também dizer (por reacção de quem lê) aquilo que dizes no comentário. De outra maneira.
A opinião do Sr. Cabaça é comum a muita gente... Apesar de desconfiar não consegui perceber se este era ou não uma personagem...
Se é o caso, está um retrato espectacular da nossa sociedade e perfeitamente comentável na mesma... Jamais levaria a mal algo do género!
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